A arte da iconografia

É estranho parar pra pensar nos ícones que usamos no cotidiano internetesco. Justamente porque não paramos pra pensar neles. Sua aparência é, por design, autoexplicativa. O disquete salva o arquivo. A pasta, por sua vez, guarda vários deles. A lupa procura por eles. E assim vai.

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Mas eu nunca usei um disquete. Ou uma lupa.
Alguns símbolos são o resultado de um processo histórico: no Discord, o dono de uma guilda recebe o ícone de uma coroa ao lado de seu nome. A coroa, usada por um rei, quem tem o poder maior em um reino. Então, a coroa é do dono, porque ele tem o poder, como um rei. A conexão faz sentido, pelo menos para aqueles que tiveram alguma aula de História na vida.
Mas outros... são realmente arcaicos. A lupa e o disquete. Estes itens, tão onipresentes na Internet, são ao mesmo tempo datados e distantes. A exposição constante a esses símbolos em seu contexto moderno agora faz a associação ser imediata.
Mas como chegamos aqui? Como cheguei aqui? Quando fiz a primeira conexão do ato de salvar um arquivo com um disquete? Quem imprimiu este significado na minha mente?

A pergunta, sem resposta, traz um pequeno terror existencial consigo.
Porque eu não me lembro. Eu não sei quem foi, ou quando foi.
E isso é assustador.